domingo, 20 de março de 2022

toda nudez não será castigada

 


Toda Nudez Não Será Castigada

estou nua em pelo
disfarçando o pesadelo
para olhar do alto
o palácio do planalto
e seus vampirões metralhas

minha língua é faca
não é palha
é palavra pronta
pra cortar a carne
como fio de navalha
onde houver canalha
toco fogo dentro


monalisa

não sei se essa mulher
me deseja ou me detesta
mas sei que faço festa
com teu sorriso enganador
se a vida não for mágica
que seja como for

 

eu quero o meu amor
quente e lascivo
eu vivo para o vapor
barato
o maior pecado
é não querer - eu quero
o meu amor no dia D
no todo Dia
por toda noite
toda manhã
por toda tarde
só eu sei o quanto arde
em meu umbigo
não ter o meu amor aqui comigo


 não sou dessas que se escondem por trás de uma cortina de fumaça. amante só de graça, não pago a noite de ontem no portão. eu sou do vento filha de Ogum e não me deixo seduzir por qualquer um, principalmente se for um cafajeste canalha golpista de mulher. comigo tem que cheirar as flores do mal, e conhecer muito bem um bem-me-quer.


Gigi Mocidade

PoÉticas ArturiAnas

www.arturkabrunco.blogspot.com



não tenho certeza que isto é um país. ando por Recife entre pedras como quem vomita um planalto dentro do palácio. grafito a porra no muro. tenho vontade de explodir este barril de pólvora. esta é a palavra que não basta. eu trovoada relâmpago ventania temporal elevada a múltipla potencialidade da miséria quântica dessa imoral brasilidade.

o dia que eu estiver vestida
não me toque
deixe que eu troque
o sentido para o truque
na armadura de Ogum
a trama pro desejo
que não dou a qualquer um



eu não sou santa
eu sou a outra
uso pouca roupa
no corpo rasgo os panos

uso o necessário
sobre a flor da pele
até que o essencial
a alma te revele


no coração dos boatos 3

temer a marionete do reino imperial de Brasylândya, depois de tentar limpar a barra com alguns seguimentos in-cultos da sociedade brasílica, tece que engolir os sapos dos fantasmas alcunhas que invadiram os palácios planaltinos. como recebeu recusa das breganejas convidadas para a cultura da agro/music e do gospel/funk teve que aceitar para o cargo a indicação do alcunha maior da casa dos legisladores o-cultos.

Segundo Bracutaia Pereira da Silva o novo presidente do reino/ficção de Assombradado: - “temer está jogando o jogo mais podre da res-pública, pois depois de receber a presidência através de um golpe de imoralidade, ainda tem a cara de pau de nomear pra angri/cultura o “rei da soja” do mato grosso que tem em suas plantações o veneno das pesticidas como defensor das produções”.



Federika Lispector

Nação Goytacá


imagem: José César Castro






O Corpo da Palavra Corpo


no poema muitas vezes o corpo me interessa mais que a própria palavra. no poema visual a imagem é o corpo da palavra, ou a palavra é o corpo da imagem, pode ser também palavra dentro do corpo corpo dentro da palavra.

palavra pedra
palavra carne
palavra osso

na fotografia a imagem é o corpo da palavra no instante em que o próprio corpo se transforma na imagem.

May Pasquetti - foto: Artur Gomes



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