segunda-feira, 28 de março de 2022

onde a poesia se espalha

onde a poesia
se espalha
a língua nativa
não é fogo de palha
é brasa viva

 

Artur Gomes

In Pátria A(r)mada 



Poética 86

teu silêncio
pedra na garganta
saliva seca
nessa língua faca
por quê não canta
a dor de cotovelo?
derruba essa parede
que te cerca
desamarra essa corda
que te enforca
rasga essa mortalha
que te mata


Gigi Mocidade

www.coletivomacunaimadecultura.blogspot.com



Pornofônico confesso


se este poema inocente
primitivo natural indecente
em teu pulsar navegante
entrar por tua boca entre dentes
espero que não se zangue
se misturar o meu sangue
em teu pensar quando antropo
por todas bocas do corpo
em letal porno grafia
na sagração da mulher

me diga deusa da orgia
se também tu não me quer
quando em ti lateja/devora
palavra por palavra
a fome por dentro e fora
em pornofonia sonora

me diga Lady Senhora
nestes teus setenta anos
se nunca gozou pelos ânus
me diga Bia de Dora
num plano lítero/estético
qual humano ou cibernético
que te masturba ou te deflora

Artur Gomes
o poeta enquanto coisa

www.secretasjuras.blogspot.com


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