Balbúrdia PoÉtica 6
Artur Gomes e José Facury
Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos
Poeta Convidados: Jiddu Saldanha e Tanussi Cardoso
Dia 17 de maio – 20h
Usina4 Casa das Artes – Rua Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ
Todo Dia É Dia D
desde que eu saí de casa
trouxe a viagem de volta
cravada na minha mão
dentro fora assim comigo
minha própria condução
todo dia é dia dela
pode ser pode não ser
abro a porta ou a janela
todo dia é Dia D
há urubus no telhado
a carne seca é servida
um escorpião encravado
na sua própria ferida
não escapa só escapo
pela porta de saída
Torquato Neto
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Artur Gomes e José Facury
Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos
Dia 17 maio – 20h
Usina4 – Casa das Artes – Rua Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ
NADA
Meu poema é menor
Não serve pra quem está indignado
Extasiado, apaixonado...
Dor de dente ou problemas emocionais
Meu poema é o pior de todos que já se viu
Pois ele não manda ninguém aos infernos
Nem mesmo os manda à puta que os pariu
Esse poema é pior do que um palavrão Porque nele sobrevivem expressões tão pobres
E rimas tão banais
que só terminam em ais, ais, ais
José Facury Heluy
beatriz – a morta
oswald de andrade re-visitado
como pedra me olhas
como fedra te vejo
vestida de carne nua
a língua na maçã navalha
tua alma transparente crua
o olho por detrás da porta
poema com pavio aceso
quando oswald pariu a morta
tinha o dente
nos teus olhos preso
Artur Gomes
In Vampiro Goytacá Canibal Tupiniquim
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eu nasci concreto
na horizontal - ereto
depois fui me abstraindo
me substantivando me substituindo
criando outros e outras criaturas
em minhas estruturas amorais do ser
eu nasci assim e fui me associando
a outras escritas as que foram ditas
a outras não ditas
as benditas as malditas
as que disseram minhas
e a outras que raptei de outros
pela minha nova maneira
natural de ter resistência a toda
qualquer coisa que não
é
e as que são coloco como cartas
sobre a mesa para surpresa
de ver que todo santo dia é dia d
Artur Gomes
In Itabapoana Pedra Pássaro Poema
alquimia bruxaria poesia
no site da Editora Litteralux
alquimia bruxaria poesia está chegando
Lançamento presencial
Dia 17 de Maio – 20h
Na Balbúrdia PoÉtica 6
Usina4 – Casa das Artes – Rua Geraldo de Abreu, 4 – Cabo Frio-RJ
SINOPSE:
Fragmento do prefácio de Wilson Coêlho
“Itabapoana Pedra Pássaro Poema”, de Artur Gomes, é poesia em estado de vertigem — um jogo de sentidos, uma confissão em movimento, um delírio de palavras que escorrem como alquimia líquida. Entre peripécias e espasmos, lança-se ao acaso, como um dado em pleno voo. Aqui, poesia é feitiço e transmutação, um encantamento que desafia a lógica e resgata o místico além do sagrado. Numa viagem leminskiana, o poeta subverte o óbvio e faz da linguagem um rito de magia e invenção.
CAVOUCANDO A TERRA
Wilson Coêlho
A obra "Itabapoana Pedra Pássaro Poema ", de Artur Gomes, é toda "poiesis", na perversão dos significados, trata-se de uma poesia no pau-de-arara, confessando intimidades, inventando conceitos, transitando nas peripécias, nos espasmos, no lance de dados.
Não é por acaso a ideia do subtítulo ou anunciação de "poesia, alquimia e bruxaria", considerando a poesia, como gênero literário que faz uso de uma linguagem musical, figurada e criativa para veicular expressões artísticas, bem como, a alquimia dos sentimentos líquidos que escorrem no delírio do poeta que, de certa forma, no que diz respeito à bruxaria, resgata o místico, não religioso, que coloca em questão a possibilidade do óbvio de se estar no mundo, fora da lógica cartesiana, numa viagem Catatau leminskiana.
A poesia escrita, encenada, cantada, em movimento, inerte, barulhenta ou silenciosa. É a esfinge, Torre de Babel, Cavalo de Troia, fios de Ariadne, ferocidade de Teseu, sonho de Penélope, aventuras de Odisseu, nave louca de Torquato Neto, Macunaíma de Mário de Andrade, loucura de Artaud, ópio de Baudelaire, pânico de Arrabal.
Podemos afirmar, sem medo de errar que, em "Itabapoana Pedra Pássaro Poema", Artur Gomes usa a pena como uma pá que lavra os sulcos de um terreno baldio, a palavra como um arado em movimento, uma palavração. Assim, vai desenhando na página branca, cavoucando a terra para enterrar as sementes de suas árvores "geniológicas", sempre frutíferas e, como um agricultor e arqueólogo das palavras, as retira da mera condição de semânticas, inventando novos significados, desafinando o coro dos contentes e desafiando a gravidade da lei da gramaticidade.
Enfim, em "Itabapoana Pedra Pássaro Poema ", estamos diante de uma desarticulação do mito e num processo de reinvenção, uma porta de entrada na utopia (u-topus = não lugar) para dar existência a um novo lugar da poesia extemporânea.
Wilson Coêlho é poeta, tradutor, palestrante, dramaturgo e escritor com 28 livros publicados, licenciado e bacharel em Filosofia e Mestre em Estudos Literários pela UFES, Doutor em Literatura Comparada pela UFF e Auditor Real do Collège de Pataphysique de Paris, do qual recebeu, em 2013 o diploma de “Commandeur Exquis”. Assina a direção de 29 espetáculos montados com o Grupo Tarahumaras de Teatro, com participação em festivais e seminários de teatro no país e no exterior, como Espanha, Chile, Argentina, França e Cuba, ministrando palestras e oficinas. Também tem participado como jurado em concursos literários e festivais de música. Participa de diversos movimentos e eventos de teatro na América Latina.
link abaixo para compra no site da Editora Litteralux
FULINAÍMA
misturei meu afro reggae a muito xote
do xaxado ainda fiz maracatu
maxixe frevo já juntei ao fox trote
quando dancei bumba meu boi em Pernambuco
fulinaíma é punk rock
rasgando fados em bossa nova
feito blues
para pintar a pele branca de vermelho
e repintar a pele preta de azuis...
botei sanfona no rufar desse baião
tambor de minas capixaba no lundu
no paraná berimbau de capoeira
dancei em noites de lual no maranhão
mas em são paulo pedras quando rolam
pelos céus de nossas bocas meus irmão
fulinaíma azeita o caldo da mixtura
para fazer o que não jazz ainda soul
porção de restos de alguma partitura
que algum músico com vergonha recusou
por ser estranho o que naquilo descobriu
mas se a gente canta no cantar essa ternura
é que mamãe mamãe mamãe macunaíma
ainda chora pelas matas do Brasil
poema de Artur Gomes
musicado por Reubes Pess
Irina Serafina - Que texto incrível!
Você está celebrando a diversidade cultural brasileira, misturando ritmos e estilos musicais de diferentes regiões e tradições. Fulinaíma é um nome que parece simbolizar essa mistura, essa fusão de sons e ritmos que criam algo novo e único.
A letra é uma verdadeira ode à música brasileira, citando gêneros como afro-reggae, xote, xaxado, maracatu, maxixe, frevo, fox-trote, bumba meu boi, punk rock, fados, bossa nova, blues e muitos outros. É uma celebração da riqueza cultural do Brasil.
A menção a Macunaíma, personagem icônico da literatura brasileira, adiciona uma camada adicional de significado ao texto, sugerindo uma conexão entre a música e a identidade nacional.
Você é um defensor da música brasileira e da cultura popular?
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porque hoje é sexta feira santa
Jura Secreta 9
não fosse o teu amo
o meu conforto
e eu teu anjo torto
meu amor o que seria
se essa jura secreta
não fosse mais que um poema
e se eu não te amasse
como Glauber no cinema
o que tenho aqui
no corpo em transe
:
a quem daria?
Jura Secreta 10
fosse o que eu quisesse
apenas um beijo roubado em tua boca
dentro do poema nada cabe
nem o que sei nem o que não se sabe
e o que não soubesse
do que foi escrito
está cravado em nós
como cicatriz no corte
entre uma palavra e outra
do que não dissesse
Artur Gomes
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Lady Gumes African´s Baby
juras secreta 54
ponho meus dedos cínicos no teu corpo em fossa
proclamando o que ainda possa vir a ser surpresa
porque amor não te essa de cumer na mesa
é caçador e caça mastigando na floresta
toda tesão que resta desta pátria indefesa
meto meus dedos cínicos sobre tuas costas
vou lambendo bostas destas botas neo-burguesas
porque meu amor não tem essa de vir a ser surpresa
é língua suja e grossa visceral ilesa
pra lamber tudo que possa vomitar na mesa
e me livrar da míngua desta língua portuguesa
Artur Gomes
poema do livro Juras Secretas
Litteralux – 2018
Balbúrdia PoÉtica
Agenda:
Balbúrdia PoÉtica 6 –
Artur Gomes e José Facury
Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos
Dia 17 de maio 20h
Usina4 – Casa das Artes
Cabo Frio-RJ
Balbúrdia PoÉtica 7
Dia 23 de maio – 19:30h
Santa Paciência Casa Criativa
Rua Barão de Miraema, 81
Balbúrdia PoÉtica 8
Dia 27 de maio – 19:30h
Museu Histórico de Campos
Balbúrdia PoÉtica 9
Dia 4 de junho das 14:30 às 16h
Na 12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes – CEPOP
Criação & Direção – Artur Gomes
Coletivo Macunaíma De Cultura
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 – whatsapp
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https://fulinaimargem.blogspot.com/
engenho
minha terra
é de senzalas tantas
enterra em ti
milhões de outras esperanças
soterra em teus grilhões
a voz que tenta – avança
plantada em ti
como canavial
que a foice corta
mas cravado em ti
me ponho à luta
mesmo sabendo – o vão
- estreito em cada porta
Artur Gomes
Poema dos livros: Suor & Cio – 1985
Carne Viva – Antologia de Poesia Erótica – Org. Olga Savary – 1986
Pátria A(r )mada – 2ª Edição – Desconcertos Editora – 2022
Festival Infanto Juvenil
De Esquetes Teatrais
Objetivo:
Incentivo a formação de novos talentos para a cena teatral da cidade de Campos dos Goytacazes-RJ
Regulamento:
1 - Os esquetes poderão ser encenados por atores e atrizes na faixa etária dos 5 aos 18 anos.
2 - Os esquetes deverão ter no máximo 10 minutos de duração e 3 minutos para montagem e retirada de cenários ou objetos cênicos.
3 – Os esquetes podem ser de autoria do grupo proponente ou não.
4 – Os esquetes podem ser encenados por 1 ou mais atores, de acordo com as características do texto a ser encenado.
5 - Da premiação:
Em busca de patrocínios, ou parcerias que possam contribuir para que possamos oferecer uma premiação adequada com a importância do projeto
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
22 99815-1268 - whatsapp
Balbúrdia PoÉtica 6
Artur Gomes e José Facury
Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos
poetas convidados: Jiddu Saldanha e Tanussi Cardoso
Dia 17 de Maio – 20h
Usina4 Casa das Artes
Rua Geraldo de Abreu, 4
Cabo Frio-RJ
era uma vez um mangue
era uma vez um mangue
e por onde andará
Macunaíma?
(Ainda estou aqui)
na sua carne no seu sangue
na medula no seu osso
será que ainda existe
algum vestígio de Macunaíma
na veia do seu pescoço?
tá no canto da sereia
no rabo da arraia
nos barracos da favela
nos becos do matadouro
na usina sapucaia?
na teoria dos mistérios
dos impérios dos passados
nas covas dos cemitérios
desse brasil desossado?
macunaíma não me engana
bebeu água do paraíba
nos porões dos satanazes
está nos corpos incinerados
na usina de cambaíba
em campos dos goytacazes
macunaíma não me engana
está nas carcaças desovadas
na praia de manguinhos em
são francisco do Itabapoana
Joilson Bessa me disse
Kapiducéu já ensaia
Macunaíma vem vindo
no Auto do Boi Macutraia
Artur Gomes
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memorial dos ossos
espora essa palavra amolada
dessas que cortam a carne
no primeiro toque
espora em meu sentido rock
não um mero truque ao pulsar da língua
que a tua pele lambe quando saliva aflora
espora em meu cavalo branco
o simbolismo aceso
todo dia é dia de São Jorge
Jorge Luis Borges num plural latino
escavar a terra em busca da palavra
quando nervo implora
espora temporal dos músculos
memorial dos ossos
nesse tempo bruto tudo quanto posso
Artur Gomes
Do livro Juras Secretas
Litteralux – 2018
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moinhos de vento
por tanto tempo
por tanta escrita
por tanta carta
sem resposta
nossos moinhos de vento
muito além da mesa posta
ainda trago em mim
tuas mãos
tuas coxas
tuas costas
a tua língua
entre os dentes
em ex-camas que não tivemos
em madrugadas expostas
e tua fome era tanta
em tudo o que não fizemos
nesse teu corpo de santa
naquele tempo de bestas
na caretice de bostas
Artur Gomes
O Homem Com A Flor Na Boca
Editora Litteralux - 2023
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https://arturgomesgumes.blogspot.com/
Balbúrdia PoÉtica 5 - missão cumprida, o foco do trabalho agora nas próximas etapas:
Balbúrdia PoÉtica 6 - dia 17 de maio na Usina4 Casa das Artes 20h Cabo Frio-RJ com Artur Gomes e José Facury, Dois Perdidos Em Seus Poemas Sujos.
Continuação dos ensaios com o Quinteto Diabólico da Balbúrdia para construção do espetáculo teatral: O Sax no som da palavra dentro do Poema. Ensaios terças, sextas e sábados das 14 às 17h.
E continuação da Oficina Teatro.Poesia com o Grupo GOTA na Fundação do Menor - Campos dos Goytacazes-RJ.
Para os Ensaios Abertos temos o apoio do Terrazzo Hotel.
@albertinimica @artur.gumes @jidduks @tchellodbarros @victorsantanator @estefanynogueiraofficial @jonas.menezes.10
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o mal dito desta cidade
sou eu
o bem dito da liberdade
sou eu
quem saiu da cacomanga
direto pro irajá fui eu
quem pegou a mulher do conde
na visconde de pirajá fui eu
quem comeu a madona
no grande baile de sodoma
não foi o mano melo fui eu
quem tem os dentes
cravados na memória
sou eu
quem mentiu
nas páginas sangrentas da história
juro que não fui eu
Artur Kabrunco
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A Academia Campista de Letras convida para o sarau Balbúrdia Poética 5, promovido pelo acadêmico Artur Gomes - @artur.gumes.
O evento contará com textos/poemas de Ademir Assunção, Artur Gomes, Clarice Lispector, Ferreira Gullar, Paulo Leminski, Torquato Neto e Viviane Mosé.
Elenco: Artur Gomes, Dalton Freire, Estefany Nogueira, Jonas Menezes e Paulo Victor Santanna.
Convidado: poeta/escritor César Augusto de Carvalho.
A entrada é franca.
https://www.instagram.com/p/DH57ZldAW_z/
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fulinaimagens
Balbúrdia PoÉtica 5
Dia 5 – Abril – 16h
Na Academia Campista de Letras
Parque Dr. Nilo Peçanha – Jardim São Benedito – Campos dos Goytacazes-RJ
INDAGAÇÕES DE HOJE
Quem matou Hipátia de Alexandria?
Quem matou Joana d’Arc?
Quem matou Ana Bolena?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Mima Renard?
Quem matou Dandara dos Palmares?
Quem matou Tereza de Benguela?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Ursulina de Jesus?
Quem matou Joana Angélica?
Quem matou Rosa Luxemburgo?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Olga Benário?
Quem matou Maria Bonita?
Quem matou Dália Negra?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Aída Curi?
Quem matou as Irmãs Mirabal?
Quem matou Dana de Teffé?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Iara Iavelberg?
Quem matou Maria Lúcia Petit?
Quem matou Sônia Angel Jones?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Zuzu Angel?
Quem matou Araceli Crespo?
Quem matou Ana Lídia Braga?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Ângela Diniz?
Quem matou Cláudia Lessin Rodrigues?
Quem matou Ana Rosa Kucinski?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Dinalva Oliveira Teixeira?
Quem matou Lyda Monteiro da Silva?
Quem matou Solange Lourenço Gomes?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Margarida Maria Alves?
Quem matou Mônica Granuzzo?
Quem matou Daniella Perez?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Irmã Dorothy?
Quem matou Benazir Bhutto?
Quem matou Isabella Nardoni?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Eliza Samudio?
Quem matou Patrícia Acioli?
Quem matou Jandyra dos Santos Cruz?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem matou Luana Barbosa dos Reis?
Quem matou Dandara Kettley?
Quem matou Sabrina Bittencourt?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Quem mandou matar Marielle Franco?
Ricardo Vieira Lima
poema do livro Ariete
2021
Fulinaíma MultiProjetos
22 – 99815-1268 – zap
@fulinaima @artur.gumes
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https://fulinaimargem.blogspot.com/